Com patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro, edição digital do tradicional festival traz registros cinematográficos de Karol Conka, Mateus Aleluia, Céu, MC Troia, entre outros, gravados em locais icônicos de São Paulo e do Recife
Um dos mais importantes festivais de música do país, o Rec-Beat deixa excepcionalmente este ano a histórica rua do Cais da Alfândega, no Recife, onde acontece há 25 anos durante o Carnaval, para ocupar as plataformas digitais em grande estilo. O evento acontece dia 14 de fevereiro, em pleno domingo de Carnaval, com mais de cinco horas de duração, com apresentação comandada por China e Roberta Estrela D’Alva e transmissão gratuita através do YouTube do festival (youtube.com/recbeatfestival).
Esta edição do festival tem o patrocínio da Oi e apoio do Oi Futuro e traz em sua programação as características e a essência que sempre marcaram o evento, que é oferecer uma experiência sonora que reúne a um só tempo tradição, novidades, diversidade e frescor. Esta proposta está bem representada pelo lineup que reúne Karol Conká, Mateus Aleluia, MC Troia, Getúlio Abelha, O Terno, Luiza Lian, Spokfrevo Orquestra, Ilú Obá de Min e Céu.
Respeitando o isolamento social ainda necessário para atravessar este momento, o Rec-Beat SP vai para o digital sem abandonar a experiência das ruas, que é uma das suas marcas. O festival aposta num conteúdo cinematográfico registrado em locais icônicos de São Paulo e Recife, cidades que abrigam atualmente os maiores carnavais de rua do país.
Locais históricos, a exemplo do Marco Zero, no Recife, e o Largo do Paissandu, em São Paulo, servirão de locações para as gravações de cada uma das atrações programadas. São lugares que dialogam com a memória afetiva dessas cidades, alguns deles tradicionalmente ocupados pelo carnaval de rua.
Além dos shows, performances compactas, em formato de drops de poesia, dança e música, pontuarão os intervalos dos shows. Se apresentam na programação de drops a poeta Kimani, a premiada escritora e também poeta Luna Vitrolira, a cantora e compositora Alice Marcone com seu queernejo, a violeira pernambucana Laís de Assis, o premiado bailarino e coreógrafo Rubens Oliveira, além da poesia de Adelaide Santos e uma homenagem ao emblemático poeta Miró da Muribeca.
A realização desta edição é resultado de uma associação da Rec-Beat Produções com Digo Amazonas (Ao Redor Produções) e João Bagdadi (selo RISCO). A produção do conteúdo audiovisual é da Panamá Filmes, com direção de Filipe Franco e duo Cinza.
As filmagens trazem o conceito de fazer da cidade um palco, com cada atração em uma paisagem urbana, com mais proximidade com o artista e tomadas que exploram as relações com o lugar. “Nós rompemos totalmente com o conceito de evento padrão, que é filmado a partir de uma estrutura única, com o mesmo cenário onde apenas trocam-se os artistas. Aqui buscamos que cada apresentação fosse algo especial”, diz Filipe Franco, da Panamá Filmes, responsável pela direção das filmagens junto com o duo Cinza. “Nós conseguimos chegar mais perto dos músicos e, como não temos palco, foi possível ter mais liberdade para pensar em abordagens diferentes para cada atração. Ainda conseguimos estabelecer uma ligação muito forte entre esses lugares, os artistas e o próprio Rec-Beat”, conta.
Programação
Karol Conká, legítima representante do rap nacional, traz seu último disco “Ambulante” ao Rec-Beat SP. Com uma música que une batidas eletrônicas com referências da ancestralidade africana, seu som explosivo ressoa originalidade em rimas diretas, irônicas e firmes. Sua apresentação no Rec-Beat SP aconteceu na Pinacoteca de São Paulo, um dos mais importantes museus de arte do Brasil.
Com um show gravado no topo de um edifício no centro da capital paulista, a cantora Céu, acompanhada por Pupillo e Lucas Martins, apresenta um show delicado e intimista com os hits dos seus mais de 15 anos de carreira, além de faixas do seu mais novo e aclamado álbum, “Apká”, trabalho em que ela adiciona ao seu pop eletrônico referências sonoras como o reggae e a psicodelia.
A programação conta também com o eterno Tincoã Mateus Aleluia. Seu histórico álbum Olorum, consta no topo das listas de melhores de 2020. A performance do músico baiano foi gravada no interior da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, território de resistência e articulação das culturas negras na cidade de São Paulo. O músico põe em cena sua estética afro-barroca em um espetáculo inédito que atravessa de forma sensível a presença dos povos bantos no Brasil. Acompanhado do Maestro Ubiratan Marques, com quem possui uma longa parceria criativa, e pelo percussionista Vitor da Trindade, ele passeará por um repertório que afirma a força das conexões espirituais, para além das formas e designações do homem.
Representantes da nova música brasileira, os paulistas d’O Terno derrubam as fronteiras entre a MPB e gêneros como jazz e rock e trazem seu aguardado show inédito do seu elogiado quarto álbum, “<atrás/além>”, lançado no ano passado. Formado por Tim Bernardes na guitarra e voz, Guilherme no baixo e Biel Basile na bateria, a gravação foi realizada no Viaduto Santa Ifigênia, espaço histórico da capital paulista.
A SpokFrevo Orquestra vem internacionalizando o frevo ao levar o ritmo original pernambucano para festivais ao redor do mundo, do Roskilde, na Dinamarca ao tradicional Montreaux, na Suíça, entre outros. No show com o Maestro Spok à frente de seus 17 músicos, a orquestra dá ao frevo um tratamento diferenciado, com arranjos modernos e harmonias que buscam a liberdade de expressão em improvisos, com clara influência do jazz. A apresentação no festival foi gravada no Marco Zero, um do espaços tradicionais do Carnaval pernambucano.
Cantora, compositora e artista visual, Luiza Lian se apresenta ao lado de Charles Tixier numa performance que une espiritualidade e realidade urbana, com repertório dos seus discos Azul Moderno, Oyá Tempo e uma música inédita. Com mapping e iluminação planejadas especialmente para essa edição do Rec-Beat, o show foi gravado na histórica escadaria do Theatro Municipal, espaço que já testemunhou eventos importantes da arte no Brasil.
Gravado no Cais da Alfândega, onde acontece tradicionalmente o Rec-Beat, o fenômeno do bregafunk recifense MC Troia realiza seu espetáculo com direito a dançarinas de passinho. O brega-funk é hoje um dos gêneros mais populares do país e uma das mais legítimas expressões das periferias do Brasil. O Rec-Beat foi pioneiro entre os festivais em incluir o bregafunk em sua programação e reconhecer a importância do gênero, hoje um dos mais ouvidos do Brasil, no contexto da nova música brasileira.
O grupo Ilú Obá de Min é referência na cultura negra do Brasil e conhecido por seus cortejos pelas ruas de São Paulo, uma grande intervenção cultural que promove a cultura negra, a cultura popular e a participação ativa da mulher na sociedade através da arte, e trazem diversas manifestações culturais como o maracatu, batuque, coco, jongo, entre outras. O show foi registrado no Largo do Paissandu, na capital paulista, tradicional espaço do carnaval de rua de São Paulo.
Unindo suas experiências no teatro, Getúlio Abelha, uma das grandes revelações da cena independente brasileira, traz seu olhar iconoclasta para os gêneros musicais em uma apresentação que une o forró tradicional, o pop (com atitude punk) e o eletrônico. Sua música reverbera questões de gênero, sexualidade e classe social ao mesmo tempo em que mescla referências da música tradicional nordestina. Getúlio prepara o lançamento do seu primeiro disco para este ano e acaba de fazer uma participação do disco da Pabllo Vittar, em dueto com “Amor de Que?”. Seu show acontece na Praça Antônio Prado, em São Paulo.
“Nesta edição digital do Rec-Beat conseguimos manter intactas as principais características do festival, principalmente no que se refere ao conceito artístico, com uma programação que transita livremente entre tradição e novas tendências, permanecendo atual, pulsante. O registro das performances, com uma linguagem cinematográfica, em locais históricos e icônicos de São Paulo e Recife, aproxima também esta edição de outra característica do festival, que é a experiência estética, da rua, do contato com o espaço público. Acredito que nossa ida para o digital ficará entre as edições mais memoráveis que já fizemos”, diz Antonio Gutierrez, o Gutie, mentor e diretor do Rec-Beat.
Formação
O Rec-Beat reforça seu compromisso em ampliar o debate sobre a importância da economia da cultura no Brasil e sua profissionalização. Nesta edição, o festival conta com atividades formativas (workshops), painel e debate sobre produção fonográfica, produção artística, criatividade e música periférica. Detalhes sobre as inscrições, datas e os artistas que irão ministrar os encontros ainda serão divulgados. Essas atividades precedem o evento principal e também serão gratuitas.
Rec-Beat: diversidade, liberdade e resistência
Criado em 1995, o Rec-Beat é hoje um dos mais importantes festivais de música do Brasil. Idealizado e produzido por Antonio Gutierrez, o Gutie, o evento construiu ao longo desses 26 anos uma história de sucesso e relevância, sobretudo pelo seu interesse em incentivar e dar visibilidade a diferentes sonoridades da música brasileira e internacional, com destaque para a presença afro-latino-americana.
Ao longo de sua história, não só acompanhou lado a lado todas as transformações da música local e nacional como foi um dos protagonistas dessas mudanças. Do manguebeat ao carimbó, passando pela eletrônica, jazz, rap, rock e brega-funk, o festival sempre celebrou a diversidade cultural que está no cerne do Carnaval da cidade.
O Rec-Beat SP tem patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro via Proac-ICMS – Governo do Estado de São Paulo / Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e apoio da Secretaria Municipal de Turismo de São Paulo. Realização Ao Redor, idealização Rec-Beat Produções e parceria selo RISCO.
Serviço:
Oi Apresenta: Rec-Beat SP
14 de fevereiro de 2021, a partir das 15h